Pugilistas que falharam nos testes de gênero nos campeonatos mundiais foram autorizados a competir nas Olimpíadas

O Comitê Olímpico Internacional confirmou que dois boxeadores que foram desqualificados do campeonato mundial no ano passado por não passarem nos testes de elegibilidade de gênero poderão lutar em Paris.

Imane Khelif da Argélia e Lin Yu-ting de Taipei Chinês (Taiwan) começam suas campanhas olímpicas esta semana: Khelif enfrentará a italiana Angela Carini na categoria de 66kg, e Lin deverá enfrentar uma oponente não identificada na categoria de 57kg na sexta-feira.

A decisão do COI será controversa, com o ex-campeão mundial Barry McGuigan expressando seu desconforto. Em uma postagem em X, ele escreveu: "É chocante que elas tenham sido realmente autorizadas a chegar tão longe, o que está acontecendo?"

A situação surgiu porque o campeonato mundial do ano passado foi realizado sob os auspícios da Associação Internacional de Boxe, cujo presidente, Umar Kremlev, disse à agência de notícias russa Tass que os testes de DNA "provaram que elas tinham cromossomos XY e, portanto, foram excluídas dos eventos esportivos".

A AIBA disse ao The Guardian que tomou a decisão "após uma revisão abrangente e com o objetivo de manter a justiça e a integridade da competição".

No entanto, desde então, a AIBA foi proibida de administrar o torneio de boxe olímpico em Paris devido a questões de…   governança em curso e a uma série de escândalos de arbitragem. Isso significa que o boxe em Paris está sendo realizado sob os auspícios da Unidade de Boxe Paris 2024 do COI, que possui regras mais flexíveis do que a AIBA.

Em um comunicado, o COI disse: "A PBU utilizou as regras de boxe de Tóquio 2020 (implementadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e nos torneios de qualificação relacionados) como base para desenvolver suas regulamentações. Essas regras descendem das regras do Rio 2016. A PBU se esforçou para restringir as emendas para minimizar o impacto na preparação dos atletas e garantir a consistência entre os Jogos Olímpicos".

No entanto, o próprio site MyInfo do COI reconhece que ambas as boxeadoras falharam nos testes de elegibilidade de gênero no ano passado.